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Campus Pedro II realiza curso de Meliponicultura em comunidade indígena

publicado: 21/10/2024 15h00 última modificação: 21/10/2024 15h00

Moradores de Lagoa de São Francisco e estudantes do curso de Ciências Biológicas e do 3º ano do Ensino Médio Técnico de Meio Ambiente do Campus Pedro II participaram do I Curso de Extensão em Meliponicultura, realizado nos dias 16, 17 e 18 de outubro, na Comunidade indígena, em Nazaré, localizada na zona rural do município de Lagoa de São Francisco, a 30 km de Pedro II.

A meliponicultura, que envolve a criação de abelhas sem ferrão (ASF), desempenha um papel vital na conservação da biodiversidade e na promoção da sustentabilidade ambiental. A atividade é fundamental para a preservação de ecossistemas, pois as ASF são polinizadoras essenciais para muitas plantas nativas. O curso foi realizado através da parceria entre o IFPI e o SENAR-PI (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), com o objetivo de disseminar o conhecimento sobre essa prática, que alia ciência, sustentabilidade e tradição.

A abertura oficial, contou com a presença de autoridades acadêmicas, políticas e uma liderança local, como o Cacique Henrique Manoel do Nascimento, Superintendente de Igualdade Racial e Povos Originários (SUIRPO/SASC), a bióloga Sandra Santos de Sousa, instrutora do SENAR-PI, o Prof. Wilton de Carvalho Lopes, Coordenador de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFPI Campus Pedro II, Licindio dos Santos Lima, Secretário Municipal de Meio Ambiente de Lagoa de São Francisco, e o Prof. Willame Rodrigues do Nascimento Sousa, Coordenador do Projeto de Extensão em execução.

O I Curso de Extensão em Meliponicultura faz parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), uma iniciativa promovida em todo o Brasil para aproximar a ciência da sociedade. Na região, o evento é coordenado pelo Prof. Wilton de Carvalho Lopes, Coordenador de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFPI Campus Pedro II, que tem organizado e executado ações da SNCT, promovendo atividades que envolvem inovação, sustentabilidade e a preservação ambiental, como o curso de meliponicultura, que destaca o impacto positivo da ciência no cotidiano das comunidades locais.

A bióloga Sandra Sousa, com sua vasta experiência em projetos de educação ambiental relacionados às abelhas sem ferrão no estado do Piauí, conduziu o curso que agregou um nível adicional de expertise ao projeto. “Sua contribuição foi essencial para aprofundar o conhecimento dos participantes sobre a importância da meliponicultura”, disse o professor Wilson.

Os participantes aprenderam sobre os materiais de construção das colmeias de ASF, o calendário floral que influencia a produção de mel, o processo de enxameagem, além de conhecerem os diferentes modelos de caixas utilizadas na criação de abelhas sem ferrão e como confeccionar iscas para captura dessas abelhas. Esse conteúdo prático proporcionou uma base sólida para que os alunos pudessem implementar a meliponicultura em suas próprias comunidades.

Os moradores da comunidade indígena e os estudantes participaram de uma atividade prática, no meliponário do Sr. Raimundo, que abriga mais de 50 colmeias, com 10 espécies de abelhas nativas, entre as quais se destacam a jataí, uruçú-amarela, munduri, marmelada e moça branca. Durante a aula prática, foi demonstrado como realizar a transferência de colmeias do cortiço para caixas apropriadas, um procedimento essencial para o manejo sustentável das ASF. Os alunos e moradores tiveram a oportunidade de ver esse processo em detalhes, consolidando o aprendizado teórico adquirido nos dias anteriores.

Durante os três dias do curso, os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre técnicas sustentáveis de criação de abelhas nativas, além de compreender o potencial econômico e ambiental da meliponicultura para comunidades rurais e indígenas. O curso representou uma oportunidade de capacitação e troca de saberes, destacando o potencial econômico e sustentável dessa prática para as comunidades indígenas e rurais da região.

O Prof. Willame Rodrigues, coordenador do projeto, reforçou que o curso de meliponicultura em Lagoa de São Francisco é um exemplo concreto de como a ciência e o conhecimento popular podem se unir, através da educação ambiental, para promover práticas sustentáveis que beneficiam tanto as comunidades locais quanto o meio ambiente. Esse tipo de integração é fundamental para a preservação das abelhas nativas e para a construção de uma economia sustentável nas comunidades rurais e indígenas.