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IFPI participa de Feira de Negócios do Programa Centelha

publicado: 31/01/2024 15h45 última modificação: 09/02/2024 18h10

Pesquisadores do Instituto Federal do Piauí participaram na terça-feira(31) da Feira de negócios do Programa Centelha no Sebrae-PI em Teresina.

O evento tem o objetivo de fomentar o ecossistema de inovação local e proporcionar um ambiente para a conexão entre startups, pesquisadores, investidores e a comunidade empreendedora.

A programação do evento contou com a mesa-redonda “Oportunidades de fomento e captação de recursos financeiros para negócios inovadores” e feira com exposições de soluções desenvolvidas por startups selecionadas através do edital do Programa.

Entre os objetivos principais do Programa Centelha, estão: a geração de novas empresas de base tecnológica; a geração de inovações que sejam de interesses sociais e empresariais; e a formação da cultura do empreendedorismo inovador, a fim de fortalecer os ecossistemas de inovação do país.

Trata-se de uma iniciativa promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil.

Um aplicativo para treinamento de fala

O projeto Apraxicare é uma das propostas de inovação apoiada pelo edital nº 02/2022. Trata-se de App para auxiliar o treinamento diário de fala em pacientes com apraxia verbal – uma desordem de comunicação na qual o indivíduo afetado tem dificuldade de programar ou sequencializar corretamente os fonemas envolvidos no processo da fala encadeada.

“A pesquisa representa uma grande conquista para as pessoas com vulnerabilidade de fala”, avalia o professor Rogério Batista, coordenador da atividade, iniciada em dezembro de 2020, quando o projeto foi selecionado pelo edital 05/2020 - Empreendedorismo Inovador – do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). O documento classificou pesquisas voltadas à promoção da iniciação tecnológica com foco na economia 4.0 e associadas ao ensino, pesquisa e extensão.

Segundo Rogério, ao desenvolver o aplicativo para celular, a equipe tem a pretensão de resolver a dor de pessoas acometidas com Apraxia de fala, causadas principalmente por Acidente Vascular Cerebral (AVC). Com a ferramenta em mãos e apenas alguns cliques, o usuário pode ter acesso a várias atividades relacionadas ao campo semântico e à articulação.

Quanto à metodologia, acrescenta que será criado um modelo de linguagem único para o nosso idioma, o qual deverá ser incorporado ao aplicativo por meio de algoritmos de Inteligência Artificial para reconhecimento automático do treino de fala. “Além disso, o aplicativo permite um acompanhamento em tempo real do fonoaudiólogo com seus pacientes.”

Os principais resultados obtidos na pesquisa já podem ser citados, entre eles, participação em congressos médicos e de fonoaudiologia; seleção nos editais de pesquisas, com fomento, garantindo a participação de estudantes dos níveis médio e superior, além de publicações de artigos. “Também coletamos vozes de várias regiões do Brasil, trazendo as peculiaridades linguísticas para o aplicativo, deixando-o mais fidedigno”.

Além do professor Rogério, integram a equipe multidisciplinar da pesquisa, fonoaudiólogas, professores da área de Informática e Gestão, alunos dos cursos de Análise de Desenvolvimento de Sistema (ADS) e técnico integrado em Informática.

IA no combate ao câncer de mama

“Não existe solução igual no mundo, é totalmente inovadora”, afirma o professor Otílio Paulo da Silva Neto, coordenador do Laboratório de Inovação GrunaLabs do IFPI, onde as pesquisas são realizadas. O projeto tem por objetivo desenvolver um equipamento -composto de hardware e software - para analisar automaticamente imagens de ressonância magnética com realce de contraste dinâmico (DCE-MRI), utilizando algoritmos de Inteligência Artificial (IA).

A intenção é auxiliar profissionais da medicina no acompanhamento do tratamento de pacientes com câncer de mama, possibilitando um aumento na sua taxa de sobrevida.

Ao falar da precisão dos resultados, o pesquisador explica que o OP-Image já consegue detectar 100% dos tumores da mama em imagem de ressonância magnética com contraste. “Além disso, conseguiu uma taxa de acurácia acima de 99% em relação à resposta no tratamento do câncer de mama”. 

Otílio lembra que a pesquisa iniciou em 2014, inspirada na morte de sua mãe, que perdeu a luta contra a doença. Desde então, vem investigando formas de auxiliar profissionais da medicina no tratamento do câncer de mama. “Em 2021 demos início ao desenvolvimento desse projeto e em 2022 conseguimos construir o OP-Image. Pretendemos lançar esse equipamento no mercado agora, em 2023”.

O projeto, contemplado no Centelha Piauí, é realizado em equipe e conta com a participação dos docentes do IFPI Ana Claudia Xavier, Rogério Batista, Valério Oliveira, Gilvan Moreira, Lílian Cristina, Valdivino Rocha, Marina Silva e Duany Dreyton.  Entre os estudantes, estão Aroldo Lenon, Marcos Vinicius, Paulo Medina, Denajá Júnior e Mariana Andrade.

Com a divulgação do resultado final, professor Otílio acrescenta que o projeto estará apto a receber aporte financeiro. “Será firmando um contrato para sua execução”.

Kombucha com sabores da caatinga

O Sour Kombucha é desenvolvido no Campus  São Raimundo Nonato pela criadora, professora Dayanne Lopes Gomes de Oliveira, e equipe formada por Lucimara Zachow, Paulla Cristine Ribeiro de Almeida, Gerlane Dantas da Silva e Dann Luciano de Menezes.

O objetivo é promover a popularização da kombucha no Estado do Piauí e regiões, enaltecendo a identidade e a cultura alimentar do Nordeste através da utilização de saborizações inovadoras. A empresa contará com um público consumidor local (físico e empresas), além de enviar seus produtos para outras cidades. “Teremos uma plataforma de vendas, um site,  que após o equilíbrio de 2 anos, auxiliará no alcance do planejamento de crescimento em, no mínimo, 10% ao ano”, explicou Dayanne.

A kombucha  é uma bebida fermentada, não alcoólica, levemente ácida, refrescante, de gaseificação natural, obtida através do mosto extraído da infusão do chá verde (Camellia sinensis). Na sua elaboração são utilizados ainda açúcares, frutas e especiarias, água potável e uma cultura simbiótica de bactérias e leveduras denominada SCOBY. A proposta é produzir  Kombucha saborizada com frutas e especiarias da Caatinga e do Piauí.

“No fluxograma de produção da kombucha, a etapa de saborização torna-se o principal foco, pois permite desenvolver uma bebida com características inovadoras e vinculada a identidade e cultura alimentar do Piauí e da região Nordeste. No mercado nacional encontra-se uma variedade baixa e quase inexistente de sabores regionais, essa etapa trabalha para desenvolver um produto distinto com a valorização de insumos locais ”, disse Dayanne.