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Professor de Picos publica artigo em revista internacional
O professor Edson Lourenço, do Campus Picos, teve o artigo "Geopolitical impacts on the description of new terrestrial mollusc species”, publicado na revista Procedings of the Royal Society B - Biological Sciences.
O trabalho, com co-autoria de Evandro Abreu (CCA/PPGBiodiversidade/UFPBAreia), e Mario R. Moura (CCEN/DSE/UFPB João Pessoa teve o objetivo de investigar o impacto de fatores geopolíticos sobre a produção de pesquisas (descoberta de novas espécies), de modo a detectar a presença de práticas de colonialismo científico.
A pesquisa utilizou mais de 3 mil descrições de espécies de moluscos terrestres para avaliar como pesquisadores do Sul Global e Norte Global interagem na produção de conhecimento. De cada descrição de espécie, foram extraídos dados a respeito da afiliação dos autores envolvidos e da localização da espécie escrita, além de métricas sobre uso/acesso a ferramentas tecnológicas aplicadas ao descobrimento de novas espécies.
O trabalho evidencia práticas de colonialismo científico (parachute science, helicopter science) e demonstra prejuízos para capacitação/valorização de pesquisadores no Sul Global, com consequências para subdesenvolvimento das instituições de biodiversidade no Sul Global, as quais precisam depender de parcerias com países ricos para ter acesso a ferramentas tecnológicas rotineiramente empregadas no descobrimento de novas espécies.
“O estudo revela uma forte dependência da pesquisa no Sul Global, mas com participação local limitada. As colaborações são assimétricas: enquanto a maioria dos estudos do Sul inclui pesquisadores do Norte, o inverso é raro. Práticas excludentes resultam em menor autoria principal para pesquisadores do Sul, omissão de equipes de campo e menor rigor metodológico. O poder econômico determina a produção, e revisões taxonômicas são majoritariamente lideradas pelo Norte, refletindo disparidades de recursos. Colaborações mistas (aquelas entre pesquisadores locais e estrangeiros) melhoram o acesso a ferramentas, mas não eliminam as desigualdades”, explicou Edson.
Confira o artigo

