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Campus São João inaugura Memorial na Semana da Consciência Negra

publicado: 21/12/2016 13h30 última modificação: 21/12/2016 13h30

Em parceria com o Grupo Capoeira de Quilombo e contando com a presença de pesquisadores e de capoeiristas de diversos municípios do Piauí e da Bahia, entre os dias 16 e 18 de dezembro o Campus São João realizou a sua Semana da Consciência Negra “A nossa semana é uma Kizomba”, que contou com a realização da 10ª Kizomba, um encontro anual de capoeiristas promovido pelo grupo e que há três anos vem sendo realizado no Campus São João, além da inauguração do Memorial da Cultura Quilombola Riacho dos Negros.

O Memorial da Cultura Quilombola Riacho dos Negros é uma iniciativa do Campus São João que pretende, com a participação de lideranças do movimento quilombola, de pesquisadores e do poder público, coletar peças, documentos e registros capazes de contar a história dos quilombos e da população negra da região, intencionalmente esquecida nos currículos e nas relações de poder historicamente constituídas.

Para Nêgo Bispo, representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), “Esse memorial é, talvez, uma das iniciativas mais importantes para o povo negro de São João do Piauí, pois ele deve ser percebido como um instrumento para combater o colonialismo do processo civilizatório imposto para a região”.

“A construção desse memorial pode ser um importante passo para reverter a invisibilidade e a destruição dos saberes tradicionais das comunidades quilombolas do território do Riacho dos Negros”, destacou a “Professora Raimundinha”.

Para Walter Silva, diretor do Campus São João, “o memorial é o resultado da bem-sucedida política de valorização da diversidade implantada pelo Campus São João. Se não fosse a nossa aceitação pelos movimentos sociais nada disso teria acontecido, mas ressalto que o que apresentamos é apenas o ponto de partida para a construção coletiva de um ambiente que possa ser percebido não apenas como contemplativo da história, mas, sobretudo, de pesquisa e de ação prática para que a sociedade se reconheça na sua história”.

A palestra de abertura foi realizada por Nêgo Bispo e pela “Professor Raimundinha” que doou o livro Sertão Quilombola, organizado pelos professores Solimar Lima e Adelmir Fiabani, para o acervo da biblioteca do Campus São João.