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Campus Piripiri celebra o 1º Julho das Pretas com nomes do Feminismo Negro piauiense
Entre os dias 21 e 23 de julho, o Campus Piripiri realizou o 1º Julho das Pretas, evento promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), que celebrou o protagonismo, a resistência e a potência das mulheres negras.
O evento contou com a presença da Superintendente de Direitos Humanos do Estado do Piauí, Sônia Terra, que ministrou a palestra “Militância política e social das mulheres negras pelo bem viver”, abordando questões sobre justiça, pertencimento e políticas públicas inclusivas. Já Assunção Aguiar, Superintendente de Igualdade Racial e Povos Originários, abordou debates sobre ancestralidade e liderança quilombola, reforçando o papel estratégico das mulheres negras na construção de futuros mais equitativos.
A professora Letícia Carolina Pereira do Nascimento realizou a abertura do evento, com a palestra “Por uma educação que pergunta pelas diferenças”, que provocou reflexões sobre a urgência de práticas pedagógicas antirracistas e sensíveis às diversidades.
Ao longo dos três dias, o público participou ainda de oficinas temáticas com temáticas de teatro, saúde da mulher (incluindo abordagens físicas e psicológicas) , culinária afro-afetiva e estética afro com oficinas de cabelo e maquiagem. “Esses espaços se transformaram em ambientes de empoderamento e valorização da identidade negra”, disse o coordenador do evento, professor Benedito Sullivam Lopes.
A programação contou também com momentos culturais, com apresentação do grupo As Dandaras do Quilombo Sussuarana e o espetáculo do grupo Encanto do Quilombo Marinheiro, celebrando religiosidade, ancestralidade e luta, por meio da arte e da oralidade tradicional.
A mesa de debate “Protagonismo e Liderança Feminina no Movimento Negro” reuniu lideranças quilombolas e representantes de movimentos sociais de Piripiri, proporcionando um diálogo rico, plural e profundamente enraizado nas experiências vividas por mulheres negras em seus territórios e comunidades.
Estudantes participaram do desfile “Não toque no meu cabelo”, onde apresentaram a estética afro e reivindicaram respeito às suas expressões culturais, transformando o auditório em um espaço de empoderamento e visibilidade.
A programação acadêmica contou ainda com apresentações de trabalhos e banners, articulando pesquisa científica com vivências identitárias, gerando debates inspiradores e fortalecendo o vínculo entre conhecimento e experiência.
O espetáculo teatral “Os Porcos”, do Coletivo CAPEMGA, encerrou o evento, com forte crítica social, e levando o público a pensar sobre desigualdade e opressão.
“Esse foi um espaço de aquilombamento, aprendizado e celebração das múltiplas vozes femininas negras que constroem o presente e futuro do nosso estado”, finalizou o professor Benedito.