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Grupo de Pesquisa de Pedro II publica artigo científico sobre anfíbios e répteis
Integrantes do Grupo de Pesquisa em Biodiversidade de Biotecnologia do Centro-Norte Piauiense – Biotecpi, do Campus Pedro II, publicaram na revista Biota Neotropica o trabalho “Herpetofauna of a Cerrado-Caatinga transition area in the municipality of Pedro II, Piauí state, Northeastern Brazil”, que destaca a elevada diversidade de anfíbios e répteis do município de Pedro II, região Centro-Norte do estado do Piauí.
O grupo é composto por estudantes egressos do curso de Ciências Biológicas do Campus Pedro II, pela doutoranda Sâmia Caroline Araújo e pelo professor Kássio Araújo, coordenados pelo prof. Etielle Andrade.
Segundo o artigo, fruto de um monitoramento não sistematizado composto de diferentes metodologias de coleta de anfíbios e répteis que durou cinco anos, o município de Pedro II possui atualmente 82 espécies, sendo composta por 27 espécies de anfíbios anuros e 55 espécies de répteis. Esse número representa quase metade das espécies conhecidas para todo o estado, o que representa a terceira maior diversidade de anfíbios e répteis do estado do Piauí, ficando atrás apenas da Área de Proteção Ambiental (APA) Delta do Parnaíba e da região do Parque Nacional Serra das Confusões. Pedro II está inserido na biorregião do Complexo da Serra
Grande, em uma área de transição entre os biomas Caatinga e Cerrado, considerada um verdadeiro hotspot de biodiversidade, que explica a elevada biodiversidade na região.
Embora a maioria dos anfíbios e répteis relatados em Pedro II sejam amplamente distribuídos nos biomas brasileiros, os autores registraram três espécies de serpentes endêmicas do bioma Caatinga e de zonas de transição: a muçurana (Boiruna sertaneja), a cobra-verde (Erythrolamprus viridis) e a cobra-de-chumbinho (Epictia borapeliotes). Além disso, Pedro II é a única região no estado do Piauí com ocorrência para as espécies Kinosternon scorpioides (jurará), Epictia borapeliotes (cobra-de-chumbinho) e Micrurus lemniscatus (coral-verdadeira), que demonstra a importância das áreas de transição e a necessidade de conservação dessas áreas no estado.
Apesar do número expressivo de espécies, os autores destacam que esse número é ainda subestimado, uma vez que espécies comuns em áreas próximas ainda não foram registradas no município, o que indica que a riqueza de espécies pode aumentar à medida que novas áreas sejam amostradas. “O Piauí possuí ainda enormes lacunas de conhecimento, com poucas áreas amostradas no estado, e o artigo preenche um pouco essa lacuna sobre a herpetofauna (fauna de anfíbios e répteis) na região norte do estado”, destaca o prof. Dr. Etielle Andrade. Ainda, segundo o prof. Etielle Andrade, “hotspots são regiões que apresentam elevada riqueza de espécies, muitas delas endêmicas, que sofrem intensa ameaça de destruição ou degradação ambiental”. Nesse sentido, os autores chamam a atenção para a necessidade de desenvolvimento de medidas de conservação e controle do uso de terras, uma vez que Pedro II pertence a uma região de grande importância econômica e natural para o estado do Piauí. O artigo pode ser baixado para leitura na íntegra no endereço: https://doi.org/10.1590/1676-0611-BN-2024-1703.